A Polícia Civil do Estado do Piauí deflagrou nesta terça-feira (14/10) a Operação Gabinete de Ouro, com foco no combate a crimes de corrupção praticados contra a Prefeitura de Teresina entre 2021 e 2024. A ação, coordenada pelo Departamento de Combate à Corrupção (DECCOR), resultou no cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão temporária e no bloqueio de bens avaliados em mais de R$ 75 milhões.
A decisão do Poder Judiciário do Estado do Piauí determinou a busca e apreensão em sete endereços de Teresina e a prisão temporária de quatro pessoas. Entre os bens sequestrados estão imóveis de alto padrão, um apartamento e um terreno, além de valores em contas bancárias e veículos. O bloqueio patrimonial foi decretado pelo juiz da Central de Inquéritos de Teresina, atendendo ao pedido da Polícia Civil.
Denúncia anônima deu início à investigação
A investigação, iniciada há quase um ano, começou com uma denúncia anônima que apontava supostas práticas ilegais dentro da Prefeitura, envolvendo um grupo conhecido como “Gabinete de Ouro”. A partir dessa denúncia, a DECCOR reuniu provas e indícios que confirmaram os fatos relatados.
Ex-assessora presa
Segundo a Polícia Civil, o esquema criminoso era comandado por pessoas que ocupavam cargos estratégicos na administração municipal. Para movimentar recursos ilícitos, os suspeitos utilizavam servidores comissionados e terceirizados como operadores financeiros. A investigação também aponta que construtoras e prestadoras de serviços estavam diretamente envolvidas na atuação da organização criminosa.
Durante a ação, foi determinada a prisão da ex-assessora especial do ex-prefeito Dr. Pessoa, Suelene da Cruz Pessoa. Conhecida como “Sol”, ela foi detida em sua residência, no residencial Hugo Prado, zona Sul de Teresina. A operação integra uma série de mandados cumpridos em endereços da capital e de Timon, no Maranhão, incluindo residências, uma empresa e uma associação beneficente.
Nos últimos meses, a operação já havia resultado em bloqueios milionários, prisões e apreensão de documentos que reforçam as suspeitas de um esquema estruturado dentro da administração municipal entre 2021 e 2024. A investigação continua em andamento e novas etapas não estão descartadas.