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Vizinha acusada de envenenar crianças com cajus em Parnaíba é inocentada; defesa pedirá indenização

Publicado em: 14/10/2025 10:10 - Fonte: Redação Portal Destaque do Piauí/ Gerson Macedo

A Justiça do Piauí declarou a inocência de Lucélia Maria da Conceição Silva, de 53 anos, na última segunda-feira (13), após ser acusada de envenenar e causar a morte dos irmãos Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel da Silva, de 7, em agosto de 2024, em Parnaíba. A decisão judicial ocorre após a reviravolta no caso que levou a vizinha a ser presa por quase cinco meses.

As crianças, que moravam no residencial Dom Rufino, morreram após consumirem cajus que, segundo a mãe, Francisca Maria da Silva, teriam sido oferecidos por Lucélia. Ulisses e João Miguel passaram mal logo em seguida, apresentando sintomas como tontura, moleza, coloração arroxeada, língua preta, salivação excessiva e vômito dos frutos. Os irmãos foram internados em hospitais de Parnaíba e Teresina, mas não resistiram: João Miguel faleceu em 28 de agosto de 2024 e Ulisses em 10 de novembro.

Lucélia Maria foi presa no dia do crime e, à época, a polícia apontou histórico de brigas e envenenamento de animais na vizinhança. Revoltados, moradores chegaram a incendiar a casa da acusada.

Reviravolta no Caso

A prisão preventiva de Lucélia perdurou até 13 de janeiro, quando foi colocada em liberdade após um laudo pericial definitivo descartar a presença do veneno – Terbufós, um agrotóxico – nos cajus que ela havia oferecido aos meninos.

O resultado do laudo coincidiu com a prisão de Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto da mãe das crianças, como principal suspeito de envenenar um baião de dois em um almoço de família no primeiro dia do ano. Quatro pessoas da mesma família morreram neste novo episódio, incluindo a mãe dos meninos e um tio.

Com a absolvição de Lucélia, a investigação sobre a morte de Ulisses e João Miguel foi reaberta, e as suspeitas de autoria do crime recaem agora sobre Francisco de Assis, que está preso, juntamente com Maria dos Aflitos, companheira dele.

Inocência Declarada e Ação Indenizatória

O advogado de defesa de Lucélia, Sammai Cavalcante, informou que a sentença absolutória foi publicada no sistema do Judiciário na segunda-feira. “A decisão coloca Lucélia em uma situação de completa inocência,” afirmou o advogado, ressaltando que a defesa e o Ministério Público renunciarão ao prazo recursal para que a sentença transite em julgado rapidamente.

Cavalcante criticou a forma como a prisão foi conduzida, destacando a falta de profundidade na investigação inicial. “Lucélia foi presa com provas subjetivas e circunstanciais. A prova robusta surgiu agora,” declarou.

Diante dos danos causados, a defesa de Lucélia planeja ingressar com uma ação indenizatória por danos materiais e morais. “Ela perdeu uma casa e vários utensílios dentro da casa, além de sofrer acusações graves baseadas em provas frágeis. Vamos em busca de reparação material e moral,” disse o advogado, que buscará até R$ 1 milhão em reparação.

Lucélia Maria, que chegou a ser ameaçada na prisão e apelidada de "Maria dos Cajus", relatou em entrevista que não sai de casa por medo e pretende vender o imóvel que foi incendiado.

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