Bom dia, 29 de Dezembro de 2025
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Jornalismo, ponto e contraponto

Por: Marcos Lima

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Jornalista, documentarista e produtor cultural. Nesta coluna você encontra o jornalismo propriamente dito, como também o ponto e o contraponto dos fatos.

Dia de quê?


Data: 31/10/2025 12:25

Caro leitor desta coluna, há algum tempo algo tem me chamado a atenção — pra não dizer que tem me incomodado.
Você tem acompanhado o que o Legislativo tem proposto e aprovado nos últimos tempos?

É nítida a quantidade de indicações e projetos voltados à concessão de títulos honoríficos de cidadania — ou similares — a determinadas personalidades, além da criação de datas comemorativas do tipo “Dia do Vendedor de Cocada”.

Vamos ao ponto:
Conceder títulos honoríficos ou criar dias em homenagem a algo ou alguém é, indiscutivelmente, uma prerrogativa legal das Casas Legislativas. Reconhece-se, com isso, a importância de uma pessoa ou de uma causa perante a sociedade — e há, de fato, muitos cidadãos que se desdobram por resultados necessários à comunidade, à ciência ou à espiritualidade, com notáveis serviços prestados.

Mas note:
Há um abismo enorme entre as necessidades urgentes da sociedade — que ficam na pilha de projetos a serem votados — e aquelas proposições que, por alguma “justificativa” que desconhecemos, parecem ganhar prioridade.

Quem recebe essas honrarias tem, de fato, um trabalho com impacto social relevante naquela localidade?
Não vale se aprofundar muito nesse mérito, porque existem, sim, personalidades dignas de condecoração — desde que isso não tenha viés político-pessoal, mas represente genuinamente o sentimento do cidadão que confiou ao homenageador o papel de legislar.

Ainda dentro desse abismo entre o real e o simbólico, continuo com a pergunta: dia de quê?
Será que criar o “Dia do Vendedor de Cocada” trará alguma mudança positiva na vida do vendedor de cocadas?
Quantas cocadas ele conseguirá vender a mais em 1 dos 365 dias do ano?
Será que o saldo daquele dia vai proporcionar, ao menos, uma boa e merecida folga com a família?

Veja bem: não há aqui qualquer discriminação quanto ao vendedor de cocadas — ou a quem quer que seja —, mas uma análise necessária sobre o que realmente está em jogo e o que, de fato, pode gerar impacto na vida do cidadão trabalhador.

Caro leitor, isso não lhe incomoda?
Você tem acompanhado o que o Legislativo tem proposto e aprovado nos últimos tempos?

Até qualquer hora!

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